ZERO HORA 03 de dezembro de 2014 | N° 18002
SUA SEGURANÇA
HUMBERTO TREZZI
O diagnóstico feito pelos vereadores sobre a segurança pública na Capital é elogiável, em todos os aspectos. Oxalá se torne anual, como querem os parlamentares. O maior problema encontrado não é de qualidade das polícias e guarda municipal. Pelo contrário: levantamento recente do Fórum da Segurança, nacional, aponta o Rio Grande do Sul como o lugar onde os policiais mais gozam de prestígio junto à população, em todo o país.
O que os vereadores criticam é a falta de entrosamento entre forças federais, estaduais e municipais. E de continuidade nos projetos, quando são de esferas diferentes. Um exemplo: o Ministério Público aponta que 6.343 alunos se evadiram das escolas porto-alegrenses em 2012. O ideal é que esse esforço tivesse seguimento com a criação de mecanismos nas esferas estadual e municipal para diagnosticar e minimizar os fatores que levam a essa fuga: rixas de gangues, necessidade do adolescente trabalhar ou consumo excessivo de drogas.
– Quem sabe a partir de um inventário anual ajudemos a traçar planos de ação contínua – pondera o vereador Alberto Koppitke (PT), que foi assessor no Ministério da Justiça.
Alguns indicadores assustam. É o caso da subnotificação de crimes: cerca de 80% dos porto-alegrenses que são furtados ou roubados não registram o delito, na primeira vez. Problemas que o diagnóstico dos vereadores pode ajudar a diminuir.
VIOLÊNCIA. MAPA DE RESPOSTAS
Estudo faz radiografia da segurança em Porto Alegre. Levantamento da Câmara de vereadores traça um perfil da rede de proteção e apontaos índices de criminalidade na Capital. A pesquisa será lançada durante seminário no dia 9
Quais são as políticas de segurança pública adotadas em Porto Alegre? Quantos policiais militares estão nas ruas da Capital? Em que locais há maior volume de apreensão de drogas?
Respostas a essas perguntas podem ser encontradas no Mapa da Segurança Pública e Direitos Humanos de Porto Alegre (Mapaseg-2014). O estudo é uma iniciativa pioneira da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Pública, da Câmara de Vereadores, destinada a auxiliar profissionais e estudiosos do setor, além de propiciar à população maior acesso às redes de proteção e aos índices da violência.
O levantamento contém um detalhado organograma do sistema de segurança na Capital. Esmiuça os principais programas de combate à violência, a composição, o tamanho e a distribuição dos efetivos, e índices de produtividade da Polícia Civil, da Brigada Militar, da Superintendência dos Serviços Penitenciários, do Instituto-Geral de Perícias, da Guarda Municipal e da Polícia Federal.
A partir das informações reunidas, pode-se medir a dimensão da criminalidade em 2013, como índices de homicídios, roubo de veículos, tráfico de drogas e estupro, estatísticas de prisões, apreensões de armas, número de detentos e de foragidos. O relatório mostra dados sobre grupos mais vulneráveis (como as mulheres), índices de violência e informações sobre redes de proteção.
Embora enumere alguns destaques positivos, o estudo critica a existência de “ações e políticas desarticuladas entre as diversas esferas de gestão”.
Para o idealizador do projeto, vereador Alberto Kopttike (PT), a pesquisa aponta para um cenário preocupante.
INICIATIVA DEVERÁ TER VERSÃO ANUAL
– O poder público, especialmente Estado e município, demonstra uma tendência a repetir ações pontuais reativas e com baixo planejamento – diz Kopttike, presidente da comissão.
O Mapaseg-2014 também serve como um guia de serviço para que a população busque auxílio, identificando nomes, endereços, telefones e e-mails das unidades de proteção, de seus responsáveis e as regiões de atuação.
O levantamento é resultado de uma parceria da comissão com a Secretaria da Segurança Pública e com o Observatório da Cidade de Porto Alegre. Foram 10 meses de trabalho, que concentraram 140 atividades, entre seminários, caravanas, reuniões e análises de documentos solicitados a 16 órgãos municipais, estaduais e federais.
Esta é primeira edição do mapa, que pretende ter versões anuais. O estudo será apresentado dia 9, durante o seminário Porto Alegre Pode Vencer a Violência: Apresentação do Mapa da Segurança Pública e Direitos Humanos, na Câmara da Capital. Uma versão online do Mapa está sendo elaborada e deverá ficar disponível à população no site da Câmaras após o lançamento da iniciativa.
SUA SEGURANÇA
HUMBERTO TREZZI
O diagnóstico feito pelos vereadores sobre a segurança pública na Capital é elogiável, em todos os aspectos. Oxalá se torne anual, como querem os parlamentares. O maior problema encontrado não é de qualidade das polícias e guarda municipal. Pelo contrário: levantamento recente do Fórum da Segurança, nacional, aponta o Rio Grande do Sul como o lugar onde os policiais mais gozam de prestígio junto à população, em todo o país.
O que os vereadores criticam é a falta de entrosamento entre forças federais, estaduais e municipais. E de continuidade nos projetos, quando são de esferas diferentes. Um exemplo: o Ministério Público aponta que 6.343 alunos se evadiram das escolas porto-alegrenses em 2012. O ideal é que esse esforço tivesse seguimento com a criação de mecanismos nas esferas estadual e municipal para diagnosticar e minimizar os fatores que levam a essa fuga: rixas de gangues, necessidade do adolescente trabalhar ou consumo excessivo de drogas.
– Quem sabe a partir de um inventário anual ajudemos a traçar planos de ação contínua – pondera o vereador Alberto Koppitke (PT), que foi assessor no Ministério da Justiça.
Alguns indicadores assustam. É o caso da subnotificação de crimes: cerca de 80% dos porto-alegrenses que são furtados ou roubados não registram o delito, na primeira vez. Problemas que o diagnóstico dos vereadores pode ajudar a diminuir.
VIOLÊNCIA. MAPA DE RESPOSTAS
Estudo faz radiografia da segurança em Porto Alegre. Levantamento da Câmara de vereadores traça um perfil da rede de proteção e apontaos índices de criminalidade na Capital. A pesquisa será lançada durante seminário no dia 9
Quais são as políticas de segurança pública adotadas em Porto Alegre? Quantos policiais militares estão nas ruas da Capital? Em que locais há maior volume de apreensão de drogas?
Respostas a essas perguntas podem ser encontradas no Mapa da Segurança Pública e Direitos Humanos de Porto Alegre (Mapaseg-2014). O estudo é uma iniciativa pioneira da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Pública, da Câmara de Vereadores, destinada a auxiliar profissionais e estudiosos do setor, além de propiciar à população maior acesso às redes de proteção e aos índices da violência.
O levantamento contém um detalhado organograma do sistema de segurança na Capital. Esmiuça os principais programas de combate à violência, a composição, o tamanho e a distribuição dos efetivos, e índices de produtividade da Polícia Civil, da Brigada Militar, da Superintendência dos Serviços Penitenciários, do Instituto-Geral de Perícias, da Guarda Municipal e da Polícia Federal.
A partir das informações reunidas, pode-se medir a dimensão da criminalidade em 2013, como índices de homicídios, roubo de veículos, tráfico de drogas e estupro, estatísticas de prisões, apreensões de armas, número de detentos e de foragidos. O relatório mostra dados sobre grupos mais vulneráveis (como as mulheres), índices de violência e informações sobre redes de proteção.
Embora enumere alguns destaques positivos, o estudo critica a existência de “ações e políticas desarticuladas entre as diversas esferas de gestão”.
Para o idealizador do projeto, vereador Alberto Kopttike (PT), a pesquisa aponta para um cenário preocupante.
INICIATIVA DEVERÁ TER VERSÃO ANUAL
– O poder público, especialmente Estado e município, demonstra uma tendência a repetir ações pontuais reativas e com baixo planejamento – diz Kopttike, presidente da comissão.
O Mapaseg-2014 também serve como um guia de serviço para que a população busque auxílio, identificando nomes, endereços, telefones e e-mails das unidades de proteção, de seus responsáveis e as regiões de atuação.
O levantamento é resultado de uma parceria da comissão com a Secretaria da Segurança Pública e com o Observatório da Cidade de Porto Alegre. Foram 10 meses de trabalho, que concentraram 140 atividades, entre seminários, caravanas, reuniões e análises de documentos solicitados a 16 órgãos municipais, estaduais e federais.
Esta é primeira edição do mapa, que pretende ter versões anuais. O estudo será apresentado dia 9, durante o seminário Porto Alegre Pode Vencer a Violência: Apresentação do Mapa da Segurança Pública e Direitos Humanos, na Câmara da Capital. Uma versão online do Mapa está sendo elaborada e deverá ficar disponível à população no site da Câmaras após o lançamento da iniciativa.
ALGUNS DADOS |
Revelações sobre a segurança pública na Capital em 2013 |
OCORRÊNCIAS |
-Foram 775.160 registros, 5,2% a mais do que em 2011. |
-22 armas de fogo aprendidas por dia, especialmente na área central. Quatro prisões em flagrante por hora. |
PRISÕES |
-21.833 capturas, 6.071 recolhidos às cadeias. |
-64% dos recolhidos no Presídio Central não completaram o Ensino Fundamental e apenas 1% tem Ensino Superior. |
EFETIVOS POLICIAIS |
-Porto Alegre tinha 12% dos habitantes do Estado e 9% do efetivo da Brigada Militar. Eram 2.613 PMs, um para cada 539 moradores. 78% dos PMs atuavam no policiamento de rua. |
-Polícia Civil tinha 1.642 agentes na Capital, um para cada 858 habitantes. |
DROGAS |
-Seis em cada 10 recolhidos no Presídio Central foram acusados de tráfico de drogas. |
-Os bairros Partenon e Lomba do Pinheiro, e as zonas Norte e Extremo Sul apareciam como recordistas em apreensões de drogas. |
-Quatro em cada 10 adolescentes foram apreendidos por roubo, 21% por tráfico de drogas e 13% por homicídio, além de outros crimes . |
MULHERES |
-Foram agredidas 26.181, 4% a menos do que em 2012, e 92 assassinadas, queda 9% em relação ao ano anterior. |
-O bairro Rubem Berta é o recordista com 26 casos, mas taxa mais elevada é no Belém Novo, com 13 ocorrências por 100 mil habitantes . |
ESCOLAS |
-A Guarda Municipal tem 545 agentes. Atendeu a 342 ocorrências em escolas, 68 no bairro Restinga, metade por desordem. |
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