SUA SEGURANÇA | HUMBERTO TREZZI
A Polícia Civil gaúcha, oficialmente, não vincula a série de operações realizadas com suas coirmãs Brasil afora com a PEC 37, proposta de emenda constitucional (de muito agrado dos delegados) que limita o poder de investigação do MP.
A série de ações realizadas ontem e que resultaram em centenas de prisões seria apenas uma homenagem alusiva à primeira Delegacia de Polícia do Brasil, criada em 9 de maio de 1808, nos tempos em que o país era apenas colônia portuguesa. Mas, nos bastidores, os policiais confirmam, sim, que a onda de prisões visa a chamar a atenção da população “para os que verdadeiramente investigam o crime”, os policiais.
No Paraná, delegados foram menos discretos e mais ostensivos. Confirmaram, em entrevistas, que a maré de prisões é um apoio à PEC 37. E, conforme a própria assessoria de imprensa da Polícia Civil paranaense declarou a repórteres, “chamar a PEC 37 de a “PEC da Impunidade” é “manchar” o trabalho realizado pela Polícia Civil”.
Dito isso, qual o resultado prático das 27 operações estaduais? Parece ser muito bom. A população sempre aplaude quando o crime sai perdendo, não importa quem coordene a ação – se delegado ou promotor de Justiça. Em São Borja, onde estou na hora em que redijo estas linhas, a operação foi contra um delito típico da região, o abigeato. Os policiais foram saudados com aplausos. A realidade é que a comunidade não liga para quem manda, desde que ele reprima e previna o crime. O resto soa como briga de beleza.
A NOTÍCIA:
ZERO HORA - AÇÃO NACIONAL. Operação prende 1.179 criminosos. No Estado, a mobilização retirou das ruas 149 foragidos da Justiça
Como parte de uma mobilização sincronizada das 27 polícias civis do Brasil, 149 pessoas foram presas ontem no Rio Grande do Sul. As prisões – por crimes como tráfico de drogas, homicídio, roubo e abigeato – foram realizadas em todas as regiões do Estado, por meio de 16 operações distintas. No Brasil, pelo menos 1.179 suspeitos foram detidos.
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